sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Ana Terra - O Tempo e o Vento

  Hoje está sendo lançado no cinema o longa brasileiro O Tempo e o Vento, filme inspirado no livro homônimo de Érico Veríssimo. O livro é dividido em três partes (O Continente, O Retrato e O Arquipélago), e conta a história da formação do Rio Grande do Sul.
  Uma história de muitas lutas e amores que tem como eixo a família Terra-Cambará. Toda a trama é muito instigante e envolve o leitor do começo ao fim. Porém, a personagem mais marcante, na minha opinião, é Ana Terra que, inclusive, intitula o segundo capítulo de O Continente.
  Ana, no começo da saga, é uma moça de 25 anos que ainda não tinha se casado e vive com seus pais  e seus irmãos no silêncio e na solidão de uma estância. Certo dia ela encontra ferido nas terras de seu pais o índio Pedro Missioneiro, que havia fugido de um ataque ao Sete Povos das Missões. O índio começa a viver na estância e Ana se apaixona por ele e acaba engravidando. Seus irmãos matam Pedro quando a família descobre a gravidez.
  A personagem Ana Terra se transforma em uma mulher forte, lutadora, forjada nas durezas da vida e é a matriarca inspiradora, principalmente como mãe,  dos Terra-Cambará. Na verdade, toda a obra é permeada por mulheres fortes e batalhadoras, e têm ligação direta com o título da trilogia de Érico. Elas são o Vento, o vento vai e volta, é tranquilo, às vezes fortes demais, mas sempre estão lá, deixando sua marca, transformando, mudando com a direção que a vida leva, o vento é a continuidade. Os homens são como o Tempo, inexoráveis, destrutivos, corrosivos.
  Enfim, a saga regionalista e historiográfica de Érico Veríssimo vale a pena ser lida, principalmente pelos amantes da história , sem contar que o autor é um exímio narrador. O capítulo Ana Terra, foi publicado também, como um livro a parte, dada a importância da personagem e de sua história. Para quem estiver a fim de conhecer a história, mas está sem tempo, vale conferir nos cinemas, com certeza irá se emocionar, assim espero.



"Uma geração vai, e outra geração vem; porém a terra para sempre permanece. E nasce o sol, e põe-se o sol, e volta ao seu lugar donde nasceu. O vento vai para o sul, e faz seu giro para o norte; continuamente vai girando o vento, e volta fazendo seus circuitos."  Eclesiastes - 1, 4-6.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

E fala...

Tenho observado ultimamente, como as pessoas gostam de falar de si próprias. De sua vida, suas alegrias, seus problemas, inquietações... Falam muito, no trabalho, com amigos, nas redes sociais...

O que acho mais interessante é, como as pessoas se revelam através de sua fala, não de uma maneira negativa, mas revelam sua forma de ver a vida, de agir e pensar.

Gosto muito de ouvi-las, observá-las, isso ajuda a entendê-las um pouco mais, talvez tentar ajudar em algum problema. 

Algumas gostam de falar bem mais que outras, sempre sobrepondo sua fala à dos outros, como se apenas o que ela fala é importante e como se falar fosse resolver tudo. Percebo que tem pessoas que precisam se acalmar um pouco, ouvir mais, refletir antes de falar, não para não ofender ou magoar os outros, mas para o bem próprio. 

Sei que a dor da gente, só a gente sente, e isso serve para o amor da gente, para as alegrias da gente e tudo o que se passa em nossa vida, mas, realmente, definitivamente, o melhor ouvinte é o coração.

Contudo, gosto muito da minha paciência em ouvir, que em certas horas , sinceramente (rs), preciso chamá-la de dom. A gente aprende e apreende muita coisa com todas as pessoas, sim, todas.

Enfim, cada ser humano é muito especial, um verdadeiro milagre de Deus, que se deixa conhecer através desse outro pequeno milagre, ou grande para alguns, chamado fala.